A coruja e a lua
O esplendor da lua cheia refletia nos grandes olhos da pequena coruja, que observava apaixonada da copa da árvore. Seus pais haviam saído para caçar, deixando-a responsável pelos irmãos mais novos. Porém lá estava ela, encantada com a formosura que brilhava no céu escuro. Se ao menos soubesse voar, lançaria seu corpo nas correntes de ar e deslizaria até a lua, que a aguardava solene. Mas ainda era muito nova e suas frágeis asas não suportavam o peso do seu franzino corpo. A tristeza engolfou seu coração e ela lançou um pio melancólico ao luar. Como resposta a lua rutilou com mais força trazendo fortes raios que tocavam suas penas e faziam-nas brilhar numa brancura etérea. Seu coração começou a pulsar com força e o desejo de alcançar a lua lhe ardia o peito, ela não aguentou. Abriu as longas asas e jogou-se no vácuo à sua frente. Dois segundos voando e com a leveza de uma pedra ela afundou na escuridão. Suas asas batiam desesperadas tentando mantê-la no ar, mas e